Avaliação de novos parâmetros histopatológicos (índice de Breslow modificado e dimensão macroscópica) e imuno-histoquímicos (Ki67 e PRAME) na predição do resultado do linfonodo sentinela e da sobrevida dos pacientes com melanoma cutâneo

Resumo

O melanoma cutâneo é uma neoplasia com alta taxa de mortalidade e risco de metástases para órgãos distantes que apresentou aumento da incidência nas últimas décadas. O melanoma surge de uma complexa interação de fatores ambientais e constitucionais; estando classicamente dividido em subtipos com características epidemiológicas, histológicas e prognósticos diferentes. A medida micrométrica de Breslow é considerada o mais importante fator para avaliação de prognóstico e conduta, sendo mensurada a partir da camada granulosa até a porção mais profunda da neoplasia. Apesar de sua ampla utilização, a medida da espessura de Breslow possui algumas imprecisões como, por exemplo, não considerar a espessura da epiderme normal nas diferentes localizações do corpo humano. Além disso, usualmente o diâmetro macroscópico do tumor não é levado em consideração para avaliação prognóstica. Vários marcadores imuno-histoquímicos são rotineiramente utilizados para o diagnóstico do melanoma, porém, até o momento não há marcadores consolidados para avaliação prognóstica dos melanomas cutâneos que estejam incorporados aos protocolos de estadiamento. O Ki67 é um marcador de proliferação celular e alguns estudos indicam que seu índice também é fator prognóstico de diversas neoplasias; cujo padrão de imunocoloração está relacionado à taxa de proliferação dos tecidos. O PRAME é utilizado para diagnóstico das neoplasias melanocíticas tão como para avaliação prognóstica de outras neoplasias não melanocíticas. No entanto, não há estudo correlacionando a expressão do PRAME com o prognóstico e risco de metástases linfonodais no melanoma cutâneo. Objetivo: correlacionar a extensão macroscópica do tumor, a profundidade de invasão medida a partir da membrana basal (Breslow modificado), o índice de proliferação celular medido pelo Ki-67 e a expressão do PRAME com o resultado do linfonodo sentinela e a sobrevida dos pacientes (em cinco e dez anos) com melanomas cutâneos. Todos os casos de melanoma invasor do Hospital das Clínicas de Botucatu (UNESP) e do Hospital Amaral Carvalho de Jaú os quais foram submetidos à análise do linfonodo sentinela no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2020 (21 anos) serão revisados por dois dermatopatologistas. Variáveis sociodemográficas como idade, localização do tumor e dimensão macroscópica da lesão serão extraídas dos laudos anatomopatológicos. Para auxiliar na avaliação da profundidade de invasão a partir da membrana basal (Breslow modificado) será utilizado marcador imuno-histoquímico (colágeno IV) e coloração histoquímica (PAS com diástase). Será realizada também análise digital de imagens das imunocolorações do Ki67 e do PRAME tão bem como será realizada avaliação morfológica do Ki67 de acordo com as características correspondentes às fases do ciclo celular de forma correlacionada ao resultado do linfonodo sentinela e à sobrevida dos pacientes. (AU)