Ocupar a cidade: crise habitacional e movimentos populares em São Paulo

Resumo

As ocupações informais de terrenos e edifícios impõem desafios para as cidades do sul global. Para muitas cidades, as dificuldades em fornecer moradia e infraestrutura adequadas no contexto de intensa pobreza e desigualdade continuam a moldar as condições de vida e as oportunidades dos cidadãos de maneira profunda. A pandemia do coronavírus, sem dúvida, intensificou as desigualdades e lutas habitacionais em todo o mundo, mas principalmente para as famílias de baixa renda. À medida que uma crise habitacional estrutural continua a aumentar globalmente, com raízes que, sem dúvida, precedem a atual pandemia, o aumento da criminalização e do policiamento estão tornando as ocupações mais precárias. Nossa pesquisa considera como as ocupações podem ser reconhecidas não como ameaças à vida urbana existente, mas sim como características integrais das paisagens urbanas. Coproduzir soluções e transformar ocupações em soluções habitacionais sustentáveis são os principais objetivos do nosso projeto, em colaboração com moradores de ocupações, ativistas do movimento de moradia e com esferas públicas municipais. Reunindo um interesse transnacional em política habitacional, ocupação popular e coprodução de conhecimento, estamos solicitando financiamento para novas colaborações entre pesquisadores da Universidade de Manchester e da Universidade Federal do ABC em São Paulo. Este financiamento permitirá uma série de visitas e workshops colaborativos, culminando em um pedido de bolsa de pesquisa. (AU)