Coorte de paisagens zoonóticas sob efeito de desmatamento e mudanças no uso da terra na Amazônia

Resumo

Doenças transmitidas por vetores são causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, representando desafio importante nos esforços de eliminação. Coinfecções de doenças transmitidas por vetores como Malária, Doença de Chagas e Leishmaniose Tegumentar são persistentes na Amazônia brasileira. Nossa proposta integra modelagem de geoprocessamento e tecnologias de sensoriamento remoto com incidência de parasitas humanos e níveis de infectividade de vetores de Plasmodium spp., Trypanosoma spp. e Leishmania spp. em locais de paisagem com vários níveis e evoluções de desmatamento para melhor compreender os ciclos persistentes de transmissão. Iremos trabalhar em estreita colaboração com as principais partes interessadas da comunidade e, assim, a capacitação local será um benefício duradouro que apoiará estudos futuros localmente. Nossa hipótese geral é que o desmatamento e as mudanças no uso da terra resultam em alto risco de incidência de doenças transmitidas por vetores e que os casos de Malária estão ocorrendo simultaneamente com parasitas crônicos e negligenciados (Trypanosoma cruzi e Leishmania spp.). Iremos empregar um estudo prospectivo de 5 anos de acompanhamento de paisagens em escala fina (n=40) que estão expostas às mudanças ambientais e que geram anualmente casos de Malária, Doenças de Chagas, Leishmaniose Tegumentar em crianças e adultos em assentamento rural, Cruzeiro do Sul, Estado do Acre, Brasil. Iremos coletar amostras de humanos e de insetos e testá-los para marcadores moleculares dos parasitas e avaliar as relações entre os níveis de infecção e de desmatamento para contribuir com políticas de saúde pública e de conservação. Nosso principal objetivo é desenvolver uma diretriz de pontuação para identificar com eficiência ações e cenários com diminuição da transmissão de doenças transmitidas por vetores para a saúde de populações humanas e de animais. (AU)