Método e Sistema para Amostragem de Experiências e Intervenções Programadas para Planejamento, Criação e Implantação de Intervenções de mHealth: Design e Registro de Casos

Resumo

__BACKGROUND: Para empregar intervenções do tipo mHealth, profissionais de saúde geralmente têm à disposição três alternativas: aplicativos móveis projetados para outros fins, aplicativos de intervenção desenvolvidos sob encomenda, ou aplicativos baseados no Método de Amostragem de Experiência (ESM). No entanto, tais soluções não expõem permitem replicação, especialização ou extensão para diferentes contextos. Uma abordagem complementar é disponibilizar ferramentas que permitam aos profissionais criar seus próprios aplicativos. Essa abordagem exige uma infraestrutura de software projetada para fornecer boa usabilidade, permitindo a evolução de requisitos e promovendo o reuso.___OBJETIVO: Este estudo teve dois objetivos principais. O primeiro objetivo foi realizar o design do Método de Amostragem de Experiência e Intervenção Programada (ESPIM), formulado para apoiar especialistas no planeamento da sua própria intervenção do tipo mHealth. O segundo objetivo foi desenvolver o modelo conceitual ESPIM, que orienta o desenvolvimento de soluções de software reutilizáveis voltadas para que especialistas da área de saúde possam criar seus próprios aplicativos. Um objetivo secundário envolve projetar e implementar uma plataforma de software que permite que especialistas sejam os usuários responsáveis por planejar, criar e disponibilizar um conjunto de intervenções na forma de uma aplicação móvel (sistema ESPIM).___MÉTODOS: Adotamos uma abordagem iterativa, considerando as práticas de Design Participativo, abrangendo entrevistas pré-design com 12 especialistas em saúde, design iterativo apoiado por uma plataforma de software também desenvolvida iterativamente, apoio a 8 estudos de caso reais, e entrevistas pós-design.___RESULTADOS: O Método de Amostragem de Experiência e Intervenção Programada ESPIM compreende (a) uma lista de requisitos coletada para um sistema mHealth, elaborada para viabilizar a criação de um método e um sistema baseados em intervenção, (b) uma estrutura de planejamento baseada em 4 dimensões, (c) um processo com 7 etapas, e (d) um modelo conceitual baseado em ontologia. A plataforma ESPIM inclui uma interface web para autoria e um aplicativo móvel. Oito estudos de caso de longa duração, envolvendo profissionais das áreas de Psicologia, Gerontologia, Informática, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, apontam que o método permitiu que os especialistas fossem os usuários a planejar, criar e disponibilizar intervenções por meio do uso do ESPIM. Os usuários-alvo dos especialistas envolviam pais de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro do Autismo, idosos, estudantes de graduação e pós-graduação, crianças (de 8 a 12 anos) e cuidadores de idosos. Os especialistas relataram ser capazes de criar e conduzir seus estudos sem modificar o design original dos mesmos. Uma avaliação qualitativa do Modelo Conceitual baseado em Ontologia mostrou sua conformidade com os requisitos funcionais elicitados.___CONCLUSÕES: Nossa abordagem permitiu que os profissionais fossem usuários que planejam, criam e monitoram programas de intervenção disponibilizados por meio de aplicativos móveis. Nosso método e plataforma de software proporcionaram boa usabilidade, sendo empregados por profissionais de diversas áreas, com conhecimentos técnicos diversos. A lista de requisitos, a estrutura de planejamento de 4 dimensões, o processo com 7 etapas e o modelo conceitual baseado em ontologia promovem a evolução e o reuso do método e da plataforma, incluindo a interface web de autoria e o aplicativo móvel.___PALAVRAS-CHAVE: aplicativos móveis; mHealth; intervenção; amostragem de experiência; método. (AU)