Tradeoffs entre processos hidrológicos em áreas de restauração florestal

Resumo

*A cobertura vegetal interfere nos processos hidrológicos de uma bacia hidrográfica, de acordo com a sua estrutura, influenciando na entrada, aumento ou diminuição e distribuição da água oriunda da precipitação. A floresta, pela sua estrutura de copa e raízes representa o maior potencial de alteração destes processos, sendo reconhecida como controladora de processos hidrológicos, incluindo a redução da produção de agua devido à elevada evapotranspiração. Na região da Mata Atlântica, o desmatamento histórico reduziu as áreas de florestais naturais e muitos programas de restauração têm se dedicado a reverter esse quadro, principalmente com objetivo de garantir o abastecimento hídrico. No entanto, pouco se sabe do efeito da restauração florestal sobre o regime hidrológico das bacias. Este projeto pretende responder questões sobre o uso da água pela floresta nativa, seus efeitos na infiltração de água no solo e recarga do lençol freático e por fim, no regime hidrológico de microbacias. O estudo será realizado em 3 microbacias no município de Itatinga-SP, utilizando o modelo hidrológico distribuído de base física MIKE SHE, para o qual será necessário levantar dados meteorológicos e fluviométricos, bem como realizar o mapeamento das características físicas da microbacia que permitirão determinar parâmetros físico-hídricos a serem incluídos no modelo hidrológico da microbacia. Os cenários serão estabelecidos alterando parâmetros físico-hídricos considerados como critérios de decisão e que representam as variações estruturais da floresta restaurada. Espera-se que os resultados contribuam para a compreensão dos efeitos que os diferentes estados de desenvolvimento da floresta em restauração exercem sobre os processos hidrológicos e o regime hidrológico de riachos, subsidiando assim o aperfeiçoamento de políticas públicas relacionadas à gestão dos recursos hídricos, do uso do solo e da vegetação nativa. (AU)