Riscos e oportunidades regionais de mudanças do uso da terra e das mudanças climáticas aos serviços ecossistêmicos hídrico-climáticos: investigação para bacias na Caatinga e na Mata Atlântica do Sudeste

Resumo

O pleno entendimento da contribuição da Biosfera ao regime climático e hidrológico e seu impacto social é uma prioridade global da WMO/Urban Integrated Weather, Environment and Climate Services, que enfatiza o grande potencial dos serviços ecossistêmicos para contribuir ao aperfeiçoamento dos sistemas regionais de segurança alimentar, hídrica e energética, ao correto enquadramento das funções e conservação da biodiversidade, e ao bem estar humano nos adensamentos urbanos. As projeções de mudança do clima para o decorrer do século 21 mostram significativos impactos de aquecimento na América do Sul como um todo de forma progressiva até na faixa de 2º a 4ºC, e regiões de grande vulnerabilidade à mudança de chuva como especialmente no Nordeste brasileiro. O objetivo deste projeto é investigar os efeitos das mudanças climáticas e da cobertura vegetal no regime hidrológico local e regional para bacias estratégias em áreas da Caatinga e Mata Atlântica do Sudeste, de forma a avaliar riscos e oportunidades de serviços ecossistêmicos hídrico-climáticos à segurança hídrica em escala regional. Destacam-se desta forma as seguintes metas específicas: Aprofundar o entendimento dos processos hidrometeorológicos em escala local de áreas de restauração florestal (Projeto Conservador de Águas), viabilizando a continuidade do monitoramento de campo e finalização da calibração das curvas-chave de vertedores, calibração dos sensores de umidade do solo, e análise espectral para refinamento do cálculo dos fluxos atmosféricos, em conjunto que será utilizado no forçamento e calibração de modelos atmosféricos e hidrológicos; Refinar resultados dos impactos da mudança climática sob diferentes cenários de uso da terra, na escala de bacias das Regiões Sudeste e Nordeste, por meio de avaliação extensa e crítica das projeções climáticas regionalizadas e caracterização do padrão de extremos climáticos regionais; avaliar os impactos de mudança do uso da terra através de simulações hidrológicas utilizando cenários de uso e cobertura do solo, verificando-se hipóteses de supressão dos ecossistemas naturais das regiões, com ênfase na escala local e restauração florestal; avaliar por meio de simulações conjuntas entre modelos atmosféricos o impacto da mudança climática e do uso da terra, internalizando-se o efeito de interação biosfera-atmosfera, em especial nos casos de desertificação no Nordeste. (AU)