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Pensando a arte pela relação de causalidade: um estudo da Poética de Aristóteles

Processo: 19/20694-3
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Pesquisador Visitante - Internacional
Vigência: 09 de março de 2020 - 30 de junho de 2020
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - História da Filosofia
Pesquisador responsável:Marco Antônio de Ávila Zingano
Beneficiário:Marco Antônio de Ávila Zingano
Pesquisador visitante: Pierre Destree
Inst. do pesquisador visitante: Fonds de la Recherche Scientifique - FNRS, Bélgica
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:15/05317-8 - Teorias da causalidade e ação humana na filosofia grega antiga, AP.TEM
Assunto(s):Filosofia grega  Poética  Artes  Aristóteles  Causalidade  Intercâmbio de pesquisadores 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Aristóteles | Arte | causalidade | Poética | prazer estético | filosofia grega antiga

Resumo

A Poética foi com frequência vista como externa ao corpus Aristotelicum. Muitos comentadores questionaram seu valor filosófico e se perguntaram como a poesia poderia enquadrar-se na concepção aristotélica de uma vida humana realmente bem vivida. Pretendo defender duas teses principais. Primeiramente, sustento que a análise de Aristóteles na Poética é claramente filosófica, se, por filosofia, entendermos, como o faz Aristóteles, a investigação sobre as causas que explicam por que tal e tal coisa ou tal e tal ser opera do modo como o faz. Em segundo lugar, quero mostrar que a Poética se dirige àqueles que querem entender como a poesia funciona, a saber, os cidadãos de Atenas que vão ao teatro e querem apreciar com clareza o que assistem (ou leem). Ir ao teatro faz com que se experimente duas reações tipicamente humanas: as emoções de medo e piedade, e o riso. Visto que estas duas reações são naturais, e naturalmente agradáveis, pode-se pensar que Aristóteles as considerou (ainda que não o diga explicitamente) que são ambas partes constitutivas da eudaimonia, a vida feliz humana. (Explicação similar é dada à música na Política VIII, em que a música é tomada como uma atividade de lazer que demarca o bem viver). Uma consequência é que, contrariamente ao que diz a maioria dos comentadores (mas sem evidência textual), Aristóteles retém que a comédia tem tanto valor quanto uma comédia; reconstruo o que Aristóteles deve ter dito no segundo livro, perdido, de sua Poética a partir do que diz sobre o humor na Retórica (sobretudo no livro III). Um corolário disso é a importância de que se reveste o humor na obra de Aristóteles. Humor, aliás, é um importante instrumento na filosofia grega, especialmente em Aristóteles, em quem atua de forma protréptica: o humor faz com que você ou concorde com Aristóteles quando este rejeita uma teoria por estar errada, ou coloca em questão suas próprias opiniões sobre um assunto determinado. (AU)

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