Estudo experimental da combustão de bagaço, palha de cana e misturas em leito fixo de laboratório

Resumo

Estima-se que no Brasil existam cerca de 1200 caldeiras à bagaço de cana, instaladas nas 400 (aproximadamente) usinas de processamento de cana-de-açúcar, para produção de açúcar e etanol. Mais de 99% destas caldeiras são de leito fixo, onde os principais tipos de dispositivos de combustão são a grelha basculante, grelha "pin-hole" ou grelha rotativa. Bagaço de cana é lançado acima da grelha, parte deste bagaço já inicia o processo de combustão em suspensão e as frações de maior tamanho depositam-se sobre a grelha formando o leito em combustão. Ar primário é injetado sob a grelha e ar secundário é injetado acima da grelha para combustão dos voláteis. Poucas informações são disponíveis sobre o comportamento do bagaço na grelha, seja a respeito das etapas de secagem, devolatilização e combustão do carbono fixo, ou sobre o comportamento das cinzas. Palha de cana tem sido considerada para combustão em mistura com bagaço de cana ou até em substituição à este. Bagaço e palha de cana tem algumas características diferentes (forma e tamanho, cinzas, presença de cloro) e os efeitos da combustão da palha ainda não são plenamente previsíveis. Este projeto tem objetivo de estudar experimentalmente a combustão do bagaço, da palha e de misturas de bagaço-palha em um leito fixo a fim de obter parâmetros de combustão e de comportamento destas biomassa em leito fixo, que sejam úteis para o projeto, dimensionamento, simulação e validação da combustão de bagaço e palha, aplicados à caldeiras de vapor. (AU)