Plataforma para Cultura de Células Baseada em Biocelulose

Resumo

O papel, composto essencialmente por celulose, é um material versátil empregado na área biomédica principalmente em testes diagnósticos. Atualmente o papel vem sendo utilizado na produção de plataforma para cultura de células, as quais podem ser empregadas para cultivar diversas linhagens. Este tipo de dispositivo pode ser utilizado, por exemplo, para se investigar respostas celulares frente a administração de drogas (screening farmacológico), enquanto modelos de tecidos afetados por patologia para o desenvolvimento de tratamentos adequados, na criopreservação de células e enquanto scaffold na engenharia de tecidos. A superfície deste material, entretanto, não proporciona adesão celular adequada. Para superar este impasse, a modificação da superfície de suporte torna-se uma alternativa atraente, possibilitando alterar sua estrutura química e imobilizar biomoléculas à superfície. Neste contexto, a celulose bacteriana mostra-se promissora, pois apresenta alta biocompatibilidade, exibe arquitetura tridimensional semelhante à matriz extracelular por meio da presença de nanofibrilas entrelaçadas e propriedades físicas e mecânicas mais adequadas quando comparada a celulose vegetal. Devido à presença de grupamentos hidroxilos (OH) na superfície da celulose, uma grande variedade de derivados pode ser preparada por modificação química funcional. Neste sentido, o presente objeto de estudo visa a funcionalização da superfície da celulose bacteriana a partir de processos químicos seguida da imobilização de fator de crescimento, para a obtenção de plataformas de culturas de células otimizadas e inéditas. As referidas plataformas serão caracterizadas por Microscopia Eletrônica de Verredura e Transmissão, Difração de Raios-X, Espectroscopia no Infravermelho e de Fotoelétrons Excitados por raios-X, Análises Térmicas e Mecânicas, Ângulo de Contato e ensaio para determinação da porosidade. A fim de avaliar a eficácia dos materiais produzidos, serão realizados ensaios in vitro de adesão e proliferação celular. (AU)