Uma termoestável endoglucanase GH7 de Aspergillus fumigatus, super-expressa em Pichia pastoris, estimula a hidrólise de biomassas lignocelulósicas.

Resumo

No contexto de evitar o uso de fontes de energia não renováveis, o emprego de biomassa lignocelulósica para a produção de etanol continua sendo um desafio. As celulases desempenham um papel importante neste cenário: são algumas das mais importantes enzimas industriais que podem hidrolisar a lignocelulose. Este estudo visa melhorar a caracterização de uma endo-1,4-²-glucanase termoestável de A. fumigatus GH7 (Af-EGL7). Para este fim, a Af-EGL7 foi expressa com sucesso em Pichia pastoris X-33. Os parâmetros cinéticos Km e Vmax foram estimados e sugeriram uma enzima robusta. A proteína recombinante era altamente estável dentro de uma faixa extrema de pH (3,0 a 8,0) e era altamente termoestável a 55 ºC por 72 horas. Baixas concentrações de Cu2 + (0,1 a 1,0 mM) estimularam a atividade de Af-EGL7 até 117%. Af-EGL7 foi tolerante à inibição por produtos, como glicose e celobiose. Glucose a 50 mM não inibiu a atividade de Af-EGL7, enquanto a celobiose 50 mM inibiu a atividade de Af-EGL7 em apenas 35%. Além disso, o coquetel enzimático Celluclast® 1.5L suplementado com Af-EGL7 proporcionou uma melhor hidrólise do bagaço de cana-de-açúcar "in natura", bagaço de cana-de-açúcar explodido (SEB), sabugo de milho, palha de arroz e palha de feijão. Em conclusão, a nova caracterização do Af-EGL7 conduzida neste estudo destaca as extraordinárias propriedades que fazem da Af-EGL7 um candidato promissor para aplicações industriais. (AU)