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TransVaccIL - Vacinação por permeação cutânea de proteínas antigênicas estabilizadas estrutural e funcionalmente, carreada por líquido iônico

Resumo

O Ministério da Saúde do Brasil oferece gratuitamente muitas vacinas contra diversas doenças graves e as clínicas privadas de vacinação oferecem outras tantas, sendo as vias subcutânea (SC) e intramuscular (IM) as mais utilizadas para as vacinações e são responsáveis pelos efeitos e eventos possíveis adversos provocadas no local de aplicação. Estes fatos põem em ênfase o interesse de alternativas seguras, eficazes e inovadoras para vias de administração e sistemas de liberação de antígenos. Os líquidos iônicos (LIs) surgiram, recentemente, como potenciais substância promotoras de permeação cutânea, capazes de melhorar a entrega de agentes terapêuticos nas camadas mais profundas da pele. Estes compostos são sais em estado líquido que podem ser preparados a partir de materiais pouco dispendiosos e com status GRAS (Generally Recognized As Safe), sendo extremamente estáveis a temperaturas e pressões altas. Enquanto, a força das ligações iônicas torna sólido a maior parte dos sais, o tamanho elevado de certas moléculas reduz os pontos de fusão dos sais de tal forma que estes são líquidos à temperatura ambiente exibindo, no entanto, viscosidade alta. Os LIs podem ultrapassar as barreiras de proteção da camada córnea e, deste modo, podendo colaborar na vacinação tópica. Se os Lis promoverem a entrega de proteínas antigênicas ao organismo através da permeação transdérmica, poderiam ser, em muitos casos, tão eficazes quanto as vacinas subcutâneas e intramusculares, principalmente, se exibirem efeitos citotóxicos mínimos sobre linhas celulares humanas. Dos vários LIs pesquisados na literatura científica, o geranato de colina emergiu como LI multivalente, pois exibiu atividade antimicrobiana, toxicidade mínima para as células epiteliais bem como para a pele e eficácia na liberação de princípios ativos pela promoção de permeação cutânea. Assim, a utilização de geranato de colina poderá potenciar o aumento da entrega transdérmica de moléculas proteicas. O modo pelo qual os LIs desestruturam a camada córnea ainda não é claro, o que coloca ênfase na necessidade de uma compreensão mais profunda do seu mecanismo de ação. Considerando que cerca de 41 mil cânceres associados ao papilomavírus humano (HPV) ocorrem nos Estados Unidos a cada ano, os LIs poderão apresentar importantes benefícios pela via de administração alternativa à existente, pois as vacinas que utilizam, em especial, a via IM causam entre suas reações adversas comuns, manifestações no local da aplicação, tais como, dor, eritema e edema. Baseado nestes fatos, este projeto de pesquisa visa desenvolver um sistema de entrega transdérmica capaz de proteger e estabilizar entidades proteicas bioativas (utilizando como antígenos modelos os da vacina HPV4). O desenvolvimento de uma formulação líquida iônica capaz de estabilizar estrutural e funcionalmente proteínas L1 dos HPV tipos 6,11,16,18 incluirá as seguintes etapas: síntese do líquido iônico; incorporação das proteínas L1 (vacina HPV4) no líquido iônico sintetizado; avaliação da capacidade de permeação através de estudos de permeação in vitro usando células de difusão de Franz com pele da orelha de porco como membrana simulando pele humana, e avaliação histológica ao longo dos ensaios de permeação; avaliação do potencial de citotoxicidade através do ensaio de MTT usando fibroblastos murinos 3T3, viabilidade imunológica pelo modelo celular RAW 264.7 e avaliação da estabilidade em armazenagem da formulação de líquido iônico contendo as entidades proteicas estabilizadas, em termos da manutenção das suas características estruturais e funcionais. (AU)

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