Do signo ao hábito: semiótica e pragmaticismo no contexto das tecnologias de infor...
Reconstruindo o argumento de Alan Turing sobre consciência de máquina
Processo: | 18/05697-3 |
Modalidade de apoio: | Auxílio à Pesquisa - Regular |
Vigência: | 01 de julho de 2018 - 30 de junho de 2020 |
Área do conhecimento: | Ciências Humanas - Filosofia |
Pesquisador responsável: | Cassiano Terra Rodrigues |
Beneficiário: | Cassiano Terra Rodrigues |
Instituição Sede: | Divisão de Ciências Fundamentais (IEF). Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Ministério da Defesa (Brasil). São José dos Campos , SP, Brasil |
Assunto(s): | Ludwig Wittgenstein Racionalidade Charles Sanders Peirce Crenças |
Palavra(s)-Chave do Pesquisador: | Crença | Dúvida | peirce | racionalidade | Senso-Comum | Wittgenstein | ética e epistemologia |
Resumo
Já há mais de cinquenta anos desde que Richard Rorty apontou a proximidade entre as filosofias de Wittgenstein e Peirce. Depois de Rorty, muitos outros já trataram de desenvolver a comparação entre os dois autores: Jacques Bouveresse, Karl-Otto Apel, Christiane Chauviré, Christopher Hookway, Umberto Eco, dentre outros. No entanto, no Brasil, esse trabalho ainda resta por ser feito quase completamente, à exceção de uma ou outra menção rápida e apressada. Este é o objetivo do projeto. Da crítica de Peirce ao cartesianismo, é possível mostrar como suas preocupações podem ser entendidas de um ponto de vista wittgensteiniano. Para Peirce, como para Wittgenstein, nossas crenças do senso-comum são tidas como certas não por serem o resultado de uma investigação, mas por serem premissas para ela. Assim, seu valor advém de guiarem a conduta, estabelecendo hábitos pragmáticos. As certezas do senso-comum não são essencialmente indubitáveis, mas só o são por não nos ocorrer podermos duvidar delas. Como diz Wittgenstein, numa frase lapidar que poderia ser dita por Peirce, "o jogo da dúvida pressupõe a certeza". Começamos com todos os nossos preconceitos, não podemos fingir duvidar no papel do que não duvidamos em nossos corações, como diz Peirce. E, embora nossas crenças do senso-comum nos sustentem em nossas ações, isso não significa estarem absolutamente justificadas. No entanto, podem ser avaliadas publicamente, durante um processo de análise que podemos caracterizar de "linguístico" ou "semiótico", conforme o autor.No entanto, esse é tão-só um ponto de partida comum, a partir do qual ambos os filósofos adotam posições anti-intuicionistas, anti-dualistas e anti-mentalistas próximas, porém não exatamente as mesmas. Com efeito, a proximidade identificada não pode apagar as diferenças, que são grandes, entre um e outro. Por exemplo, Wittgenstein diria que, em vez de serem apenas acriticamente indubitadas, é absurdo duvidar das crenças do senso comum, isto é, não faz sentido duvidar do que é impossível duvidar. Por outro lado, Peirce acrescentaria que o senso comum não é constituído apenas de certezas e proposições linguisticamente exprimíveis, mas também de inferências, quer dizer, de processos controlados de pensamento.O projeto propõe a comparação entre os filósofos mencionados justamente para que seja possível levantar essas diferenças e, a partir delas, entender melhor como e em que pontos se aproximam. (AU)
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