PAPEL DOS MICRO-RNAs NA EXPRESSÃO FENOTÍPICA DA DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA: DA ESTEATOSE AO CARCINOMA HEPATOCELULAR

Resumo

A Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica (DHGNA) é uma das causas mais comuns de hepatopatia na atualidade. Abrange um largo espectro de doença, podendo se apresentar como esteatose simples, esteato- hepatite não alcoólica (EHNA), cirrose e carcinoma hepatocelular (CHC). A DHGNA é a causa mais comum de doença hepática crônica no Ocidente e estima-se que afete pelo menos 30% da população dos EUA e cerca de 20% aqui no Brasil. Síndrome metabólica e seus componentes clínicos, como diabetes mellitus e obesidade são conhecidos fatores de risco para DHGNA. Um subconjunto de pacientes com DHGNA pode desenvolver uma forma mais grave, chamada esteatohepatite não-alcoólica (EHNA), que pode levar a cirrose e carcinoma hepatocelular (CHC). A prevalência de CHC relacionado a EHNA está aumentando em todo o mundo, especialmente nos países ocidentais onde 4-22% dos casos de CHC são agora atribuíveis a ela. Entretanto, os principais mecanismos moleculares envolvidos na patogênese da EHNA permanecem desconhecidos e o perfil genômico abrangente do CHC relacionado à EHNA ainda não foi realizado. Além disso, não existem biomarcadores eficientes em predizer a evolução para esteato-hepatite, cirrose e carcinoma hepatocelular. Existe, portanto, uma necessidade urgente em desenvolver métodos que possam identificar precocemente, de forma não invasiva, pacientes de maior risco. E, como a DHGNA tem etiologia multifatorial, sendo sua evolução claramente influenciada por fatores ambientais, genéticos e epigenéticos. Os objetivos deste projeto consiste em estudar a relação entre os níveis séricos de diversos micro-RNAs , entre eles miR-122, miR-29, miR-33a, miR-21, miR-155 e miR-181 e a expressão fenotípica da DHGNA da esteatose ao carcinoma hepatocelular, incluindo EHNA e cirrose. Será realizado estudo transversal em pacientes com DHGNA diagnosticados por biópsia hepática, onde serão analisados dados clínicos, epidemiológicos, bioquímicos e principalmente histológicos (grau de fibrose e escore para avaliação da atividade necro-inflamatória) e sua correlação com os níveis séricos dos micro-RNAs supracitados. Este projeto visa à melhor compreensão do papel dos microRNAs nos diversos fenótipos da doença, bem como, melhor reconhecimento desses ácidos nucléicos como biomarcadores, tanto diagnósticos como prognósticos, além de se constituírem em potenciais alvos terapêuticos na DHGNA. (AU)