O Ato Institucional n. 5 (AI-5), anunciado em 13 de dezembro de 1968, levou à aposentadoria compulsória de muitos professores universitários.
Entre eles estavam o físico Mário Schenberg, o sociólogo Florestan Fernandes e Alberto Carvalho da Silva, professor da Faculdade de Medicina da USP e então diretor científico da FAPESP.
“Esse foi o início do endurecimento do regime militar, que passou a reprimir com intensidade toda possibilidade de manifestação contrária, inaugurando um período de arbitrariedades no qual muitos dos melhores cientistas do Brasil foram impedidos de desenvolver suas atividades e, com isso, obrigados a dar contribuições valiosas em outros países”, contam Walkiria Costa Fucilli Chassot e Amélia Império Hamburger em um dos capítulos do livro “Fapesp – Uma História de Política Científica e Tecnológica”, organizado por Shozo Motoyama.
Entrevistado para a elaboração desse livro, Alberto Carvalho da Silva contou de um dos efeitos do “endurecimento do regime militar”, por meio do AI-5, sobre um das iniciativas da FAPESP: o protótipo de uma construção realizada com materiais de baixo custo na antiga Escola de Demonstração do Centro Regional de Pesquisas Educacionais (atual Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da USP), uma das escolas experimentais fechadas pelo governo militar:
“A escolinha foi praticamente destruída, toda desorganizada, os professores foram afastados, a orientação foi mudada e o protótipo ficou lá sem ser usado”.
Ref.: CHASSOT, W.C.F. e HAMBURGER, A.I. Ideias e ações que implantaram e consolidaram a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. In: MOTOYAMA, S. (org.) Fapesp: Uma história de política científica e tecnológica. São Paulo: FAPESP, 1999, p. 135.
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