O Relatório de Atividades de 1967 registra que foi um ano relativamente tranquilo:
"A Fundação não teve dificuldade, durante o ano de 1967, para satisfazer os pedidos de bolsas, assim como os pedidos de auxílio para pesquisa. Todos aqueles que satisfizeram os requisitos mínimos por ela exigidos foram atendidos, graças ao patrimônio que a Fundação de Amparo à Pesquisa vem acumulando desde sua instalação em 1962. A utilização, em caráter excepcional, dos recursos do patrimônio só foi feita devido às condições imprevisíveis e adversas experimentadas pelo Tesouro do Estado no decorrer do ano. A quantia utilizada, contudo, em breve será devolvida à Fundação".
A apresentação, datada de 31 de dezembro de 1967 e assinada por Jayme Cavalcanti, diretor presidente do CTA, ressalta a importância do desenvolvimento científico e tecnológico nacional:
“Não podemos confiar na ciência e tecnologia estrangeiras para resolver todos os nossos problemas, tanto mais quanto sabemos que a solução de alguns deles depende das condições ecológicas de cada região, como é o caso da seleção de espécies vegetais e animais em nosso país”.
Ele também comenta sobre a situação dos pesquisadores no estado de São Paulo:
“Felizmente, está havendo, por parte dos poderes públicos, uma compreensão cada vez maior a respeito da absoluta necessidade de remunerar melhor o trabalho científico. Já houve, para os pesquisadores da Universidade, uma melhoria muito significativa. É preciso que esta melhoria alcance também os cientistas, muitos dos quais de grande valor, que labutam nos institutos governamentais, não universitários, ligados às diversas Secretarias de Estado”.
Uma mudança interna trouxe bons resultados: a possibilidade de receber os pedidos de auxílios e bolsas ao longo do ano, não apenas em janeiro, como nos primeiros anos de funcionamento da FAPESP.
O relatório registra dois ganhos dessa medida: “1) a respoata da Fundação tornou-se muito mais rápida (20 dias, em média) : 2) o número de pedidos se reduziu, desaparecendo os pedidos ‘forçados’, feitos para não perder a oportunida”.
Em 1967, a FAPESP aprovou 250 auxílios e 361 bolsas.
O relatório explicitou o zelo na avaliação dos pedidos de bolsa, levando em conta, “principalmente, a capacidade do orientador, não só como pesquisador, mas também como elemento interessado e dedicado à formação de novos pesquisadores. A concessão de bolsa, de qualquer tipo, foi sempre considerada como crédito de confiança ao Orientador em si e ao grupo a que pertence”.
Pedidos iniciais mereciam mais atenção:
“A Diretoria Científica, nos casos de orientadores ainda não cadastrados na Fundação, procurou, por meio de entrevistas diretas com o orientador e com o bolsista, transmitir as linhas básicas da política da FAPESP, condenando a transformação de bolsa em serviço técnico disfarçado”.