Em 1965, a Conselho Superior decidiu “atacar os grandes problemas que interessam ao nosso Estado e ao nosso país", registrou o Relatório Anual, datado de fevereiro de 1966.
Destacam-se duas medidas:
. o incentivo a áreas específicas. “É o caso”, conforme o relatório, “do setor de Tecnologia que, no estágio de desenvolvimento em que se encontra o país, precisa, sem dúvida, ser incrementado”; e
. o incentivo da formação de pessoal, deliberado após consulta a pesquisadores e o aumento da verba orçamentária. “De fato, o número de pesquisadores de que dispomos é ainda exíguo, em vários campos”, comentou o diretor científico, William Saad Hossne. “A Fundação está fazendo face a este problema, dedicando uma parte substancial de seus recursos a bolsas de diferentes tipos. É de se esperar que, dentro de alguns anos (o processo é necessiariamente lento), esta política se traduzirá em grande aumento no nosso corpo de pesquisadores e em correspondente aumento do nosso índice econômico.”
Em seu relato, Hossne reconhecia que “a simples concessão de bolsa não resolve o problema” da formação de novos pesquisadores. Era necessário também facilitar a incorporação dos que mostrassem aptidão à carreira acadêmica e lhes oferecer boas condições de trabalho.
A proporção de verba dispendida em bolsas passou de 4,1% em 1962, para 19,8% em 1963, 21,4% em 1964 e 27,7% em 1965, enquanto a de auxílios a pesquisa foi, respectivamente, de 94,9%, 80,2%, 78,6% e 72,3%.
Em 1965, as equipes da FAPESP examinaram 716 pedidos de financiamento e aprovou 546 (293 auxílios a pesquisa e 253 bolsas); cadastraram mais 213 pesquisadores, chegando a 1.735; e apoiaram não só a compra de equipamentos de laboratório, mas também de livros e revistas científicas.
A Diretoria Científica, com a Assessoria Técnica-Científica, fez de 8 a 10 entrevistas diárias com pesquisadores. “De modo geral, procurou-se ter entrevista por ocasião da assinatura do termo, com a maior parte dos bolsistas, com intuito de mostrar o que é a FAPESP e o que se esperava dos bolsistas e dos orientadores. Na medida do passível, foram também entrevistados os orientadores, com a finalidade de transmitir-lhes a política geral traçada pelo Conselho Superior”, observou Hossne.
Para conhecer melhor as condições de trabalho das instituições de pesquisa, os dirigentes da FAPESP visitaram a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro; a Faculdade de Medicina e o Instituto Agronômico, ambos em Campinas; o Departamento de Zoologia e o Instituto de Botânica, ambos da Secretaria de Agricultura; o Instituto Oceanográfico e os Departamentos de Biologia Geral e de Física da Universidade de São Paulo.